Mas, só hoje? (Escrito em 08/03/2013)

As homenagens às mulheres são super lindas e bem vindas, mas… desculpem-me, adoraria ser lembrada pela importância de ser todos os dias. Não é nada fácil ser mulher, e ainda ter que arcar com as obrigações da modernidade. Tarefa árdua e contraditoriamente delicada.

Adoraria ser mais sensível, doce e delicada, como tanto me cobram, mas infelizmente o cotidiano me moldou assim, como a muitas outras mulheres. A vida nos cobra posturas firmes, ao mesmo tempo que nos exige feminilidade. Sexo frágil? Existem mulheres desta espécie? Acho que tentaram rotular-nos assim por temerem nossa força e coragem… vai que cola, né… Para muitas, ainda é uma boa desculpa, e deve ter seu lado bom. Seria um luxo para mim sentir-me frágil e amparada por um homem de verdade, nem que fosse por um dia, deixando de lado o peso de ter que agir com o peso da responsabilidade de ambos. Bom, mas não lutamos por isso? Aos poucos nos tiram até o direito de nos queixarmos.

“Ah, para com essa moleza! Deixa de ser mulherzinha!” Estranho mundo de contradições. Pois é, parece que a vida para os homens segue sendo um tanto mais fácil, pelo menos neste sentido… ou será que eles sofrem com o problema inverso? Porque, afinal, é natural do ser humano tentar extravasar, e até descontar, de alguma maneira as suas angústias e frustrações, e, convenhamos, pobrezinhos… eles não têm um dia para serem lembrados e homenageados… Que dó…

Feliz dia a todos, sem distinção de gêneros!

(Alessandra Capriles)

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