Palavras seladas.

Enquanto buscava por velhas palavras
Dentro no fundo da gaveta
Encontrei uma caixa fechada com um elástico atravessado
Por instantes, aquela caixa tomou minha atenção
Na vaga lembrança de algo que seria um presente
Abri em pensamento, na busca por palavras guardadas
E, encontrei-as todas dentro daquele espaço que aparentava vazio
Somente um papel de seda dobrado e selado

Palavras envoltas naquela lembrança
Guardadas desde o fim daqueles últimos anos
Naquela caixa haviam sonhos
Presenteados em tantas outras mais
Sonhos perdidos, ou somente guardados
Para, então, voltar-me um dia à lembrança
Redescobrir a esperança
Ou, somente assombrar pensamentos constantes

Tantos sorrisos presentes
Tantos e tantos outros foram os presentes
Quantas pessoas não fiz feliz ao sentirem-se amadas
Em um pedaço de lembrança envolto em papel
Ao abrir cada caixa, um sorriso – Ali dentro eu doava sorrisos –
E, não havia lembrança maior do que o que não se via
Um pouco de cada sorriso
E, foram-se todos…

Ainda bem que guardei para mim uma caixa
Ao abri-la, recuperei meus sorrisos
Todos aqueles guardados e distribuídos – Ali dentro guardei um para mim –
Como se soubesse que precisaria, um dia

Lembranças…

Na doce lembrança endurecida
Que esperava por mim
Quando adentrei aquela porta
Como no efeito daquela borboleta
Nada pode ser mudado
Nada além do que havia na caixa
Agora, de fato, aberta além da imaginação ocorrida

Sobre minha cabeça, palavras, sorrisos
Momentos, lágrimas, canções
Como em uma dança, Sobrevoam em forma de abraço
E, me tomam de volta para mim
Aqueles mesmos momentos em que nada mais importava
Pois, eu estava ali
Sentimento que expectador algum reparava
Pois nenhum deles, algum dia, abriu uma caixa minha para si…

(Alessandra Capriles)

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