Nascemos sós, morremos sós.

Precisamos aprender a viver e conviver com nossas solidões, medos e angústias.

O isolamento é uma oportunidade para olharmos para dentro, e refletirmos sobre quem somos e o que queremos para nós, nosso coletivo e planeta.

O silêncio atordoa por podermos ouvir o nosso grito interno. A presença constante das pessoas com quem convivemos incomoda, e, assim, descobrimos os nossos próprios limites. A nossa falta de liberdade nos pune por nem sempre sabermos o que fazer com ela. O privamento nos alerta sobre as nossas verdadeiras necessidades, e nos dá a chance de melhor olharmos e valorizarmos as pequenas coisas.

Assim, temos a oportunidade de ver o mundo através das nuvens que nos pairam a mente, e poder sorrir, por sabermos que ainda há um céu azul.

Vamos pensar e nos conscientizar do mundo em que vivemos e o quão frágil somos. Estamos tendo a oportunidade de limpar um pouco o planeta terra da nossa própria poluição: do que consumimos, como consumimos; dos desperdícios; do nosso lixo em casa, nas ruas, nos esgotos, nos mares, no ar; do quanto de ruído desnecessário que priva a nossa mente de poder se ouvir; do tempo que desperdiçamos em coisas destrutivas; do quanto o capitalismo nos consome, mais do que nós a ele.

E, assim, giramos os ponteiros de nossos dias como se fossem nossos, e nos mecanizamos a um sistema corrompido, que não funciona sem nós, sem o relógio, sem o giro, sem a pressa, sem o capital, sem a pressão, sem o estresse, sem as doenças da mente, do corpo e da alma, que não aguentam, mas giram.

Temos, enfim, a oportunidade de nos conhecermos, e respeitarmos os nossos próprios limites físicos e mentais. Em meio ao caos e à doença, redescobrimos a cura para nós mesmos e para o nosso meio.

Saúde a todos.

(Alessandra Capriles)

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