Entre espinhos…

Os espinhos secam, e nasce amor, porque só nasce amor, onde há amor…

De fato, a gente colhe o que planta, e em um momento de descrença, recebo essa surpresa… Acho que plantei bem…

Nunca vi nada mais belo, nos últimos tempos, e eu sou grata por, por mais que nem todos, e eu mesma, não vejamos, em tudo há alguma beleza…

Mesmo que cactus, uma beleza por entre espinhos, mas, às vezes, nem eles resistem, e secam… Nem as lágrimas os regam, o que regaria um sertão inteiro…

Porque o que há de colorir, o faz sem pedir, o faz sem sentir, ao mesmo que tanto o sente, e só pede que seja visto como belo, como amor…

Como algo que nasce em meio à guerra e ao ódio. Sentimentos que carregam a ignorância, onde faz morada, sim, a prepotência e o narcisismo.

Nasce uma flor, que morta foi replantada, e viveu.

Como sair viva de um campo de concentração abatido, mesmo que detido, rendido, foragido…

O que tem que nascer, nasce…

E, tudo o que for vida, cores por entre espinhos secos, há de viver…

(Alessandra Capriles)

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