Fé.

Meu maior medo, essa noite, foi se iria acordar, ou não, e as reações possíveis do antibiótico associado à minha medicação controlada, devido às alergias e reações múltiplas.

Essa interação medicamentosa me baqueou, após uma noite anterior de febre alta, e dia de médico, pendências, peregrinação de quilômetros embaixo do sol, problemas etc.

Emagreci mais de 20 kg, e o relógio automático simples, com mais de 50 anos, que era da minha avó, e me foi dado na adolescência pela minha mãe, mas eu não usava mais, porque não cabia no meu pulso, agora está até folgado.

Achei o relógio, esses dias. Coisas me têm aparecido, do nada, em situações diversas, soando-me sinais, e tenho seguido minhas intuições. Até agora, não falhei.

Pois, o mistério do relógio? Estava funcionando, mas parava, e relógio parado não é bom. Fui andando da clínica da família, até o relojoeiro, no Largo do Machado, e, mais uma vez, coisas aconteceram.

Ao chegar ao banco, para pegar um trocado, que meu pai me ajuda, imaginando não ser mais do que aquilo o conserto, quando entrei, um rapaz que ia me pedir dinheiro, olhou-me, e disse “Senhora, melhoras! Que Deus te dê força!”.

Saí do banco com o trocado, dei o que podia a ele, pela sensibilidade, agradeci, e falei para prestar atenção no que iria gastar. Ele disse que iria comer. Agradeceu. Segui andando.

No caminho, transeuntes ofereceram ajuda, pois viam minha dificuldade em caminhar, mas disse que gostaria de tentar continuar.

Já no Largo do Machado, um menino me pediu para comprar um biscoito com Guaravita. Só podia pagar o Guaravita, comprei para ele, e desejei sorte para que alguém pudesse comprar o biscoito.

Cheguei ao relojoeiro, ele pegou o relógio, falou que, pelo valor sentimental e durabilidade, valia a pena consertar, e trocar o vidro trincado no cantinho. O vidro eu disse que não trocaria, porque faz parte da história dele.

Ele mexeu, disse que o orçamento ficaria em 250, mas eu não tinha. Ele tornou a mexer, peguei, coloquei no pulso, triste, e, quando estava de saída, ele me disse “Não tira do pulso!”

Cheguei à casa, e ele estava funcionando! 🥲

Moral da história: empatia, Fé e sempre adiante.

(Alessandra Capriles)

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